期刊名称:Diálogos - Revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História
印刷版ISSN:1415-9945
电子版ISSN:2177-2940
出版年度:2012
卷号:16
页码:15-36
语种:Portuguese
出版社:Universidade Estadual de Maringá
摘要:Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa de recorte internacional sobre os músicos exilados no Cone Sul ao longo das ditaduras ocorridas no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile, entre as décadas de 1960 e 1980. As fontes são a análise da bibliografia, discografia, documentos oficiais das polícias políticas e serviços de informação, e, principalmente, os testemunhos dos envolvidos. São conhecidos os casos de músicos exilados com maior projeção midiática, mas há uma rede de músicos ignorada pela historiografia, lacuna esta que poderia ser preenchida pela história oral. Esta metodologia revela, para além do conhecimento das trajetórias destes músicos, os impasses, as características dos regimes ditatoriais, as subjetividades que permearam este período histórico, bem como as respostas que estes músicos deram a este estado de coisas. Em particular, analisaremos, neste texto, a história de vida do argentino Néstor (Piru) Gabetta, cantor de tango e militante político do PRT (Partido Revolucionario de los Trabajadores) que se exilou na França por nove anos a partir de 1976, período em que integrou o grupo Tiempo Argentino e quando lançou o disco Tango Rojo. Em seus anos de exílio, também viveu na Espanha, onde deu continuidade a sua carreira musical. Esta trajetória traz uma recorrência nos casos dos músicos exilados, ou seja, a atuação paralela na música e na política, pois, quando do exílio, estes artistas produziram espetáculos de denúncia e manifestações de solidariedade às vítimas das ditaduras, engajando-se em movimentos que congregavam outros músicos de diferentes nacionalidades e matizes políticos.
其他摘要:Current analysis produces partial results of an international research on exiled musicians in the South American Southern Cone during the dictatorship periods in Brazil, Argentina, Paraguay, Uruguay and Chili between the 1960s and 1980s. Sources comprise an analysis of biographies, discographies, political police official documents and information service and, mainly, the witnesses of those involved. Although the case of exiled musicians with important media projection is well known, certain musicians were ignored by History and the gap may be filled through oral history. Besides knowledge on the musicians’ life history, the methodology revealed the difficulties, the characteristics of each dictatorial regime, the subjects that pervaded this historical period and the response of the musicians to such occurrences. The life history of the Argentine tango musician and member of the Partido Revolucionario de los Trabajadores (PRT), Néstor (Piru) Gabetta, will be analyzed. Gabetta was exiled in France for nine years starting from 1976, a period in which he participated in the Tiempo Argentino group and launched Tango Rojo. During his exile, he also lived in Spain and continued his musical carrier. Such trajectory recurs in the case of exiled musicians, or rather, their parallel activities as musicians and revolutionaries. During their exile, the musicians denounced the dictatorial regimes and manifested solidarity to the regimes’ victims. They participated in movements that gathered other musicians of different nationalities and political opinions.