摘要:O presente artigo analisa a problemática da homossexualidade no universo freudiano. É evidente que investigar o estatuto da homossexualidade na obra freudiana nos conduz, necessariamente, a uma certa relatividade. Pois, as concepções de Freud não são sempre as mesmas, e por vezes se contradizem. Não pretendemos, no entanto, ordenar as múltiplas faces da homossexualidade descritas pelo fundador da psicanálise, nem mesmo fazê-las concordar entre si. Trata-se, antes de tudo, de fomentarmos um mergulho crítico e renovado do campo da homossexualidade. Para tanto, realizamos, inicialmente, um breve percurso histórico sobre a criação, a apropriação e o esquadrinhamento dessa categoria ao longo do século XIX, momento em que Freud inaugura a psicanálise. De fato, a sexologia, nova ciência do século XIX, esmerada na tarefa positivista de classificar "tipos" e comportamentos sexuais, contribuiu para produção da homossexualidade. O que significou, em grande parte, produzi-la enquanto patológica. Em seguida, interrogamos a própria criação das categorias de heterossexualidade e homossexualidade na obra freudiana, a fim de refletir em que sentido a hegemonia do modelo fálico-edípico produz uma verdade do sujeito forjada pela divisão sexual e binária, com suas implicações hierarquizantes e assimétricas. Neste sentido, o complexo de Édipo/castração passaria a ser problematizado em função da diferença genital entre os sexos, onde a heterossexualidade assume o lugar de referência já que suposta produtora de alteridade, cabendo a homossexualidade o critério da fixação e do narcisismo.
其他摘要:The article analyses the topic of homosexuality within the universe of Freud's work. It is clear that investigating the statute of homosexuality in Freudian theory leads us, necessarily, to some relativity, since Freud's conceptions are not always the same and sometimes contradict themselves. We do not intend, however, to appoint the multiple faces of homosexuality described by psychoanalysis founder, not even to make them cohere among themselves. It is about promoting a critical and renewed dive into homosexuality field. In order to do so, we have initially traced a history brief of the creation, appropriation and investigation of that category along the 19th century - when Freud brings out the psychoanalysis. In fact, sexology, new science from the XIX Century, diligent in the positivist task of classifying sexual "types" and behaviors, has contributed to the production of homosexuality. This meant, largely, to produce it as pathological. After that, we interrogate the creation itself of the categories of heterosexuality and homosexuality in Freud's work in order to reflect upon in what sense the hegemony of the Phallic/Oedipal model produces one truth of the subject which is forged by the sexual and binary split, leading to hierarchies and asymmetries. The Oedipus/Castration complex would be then questioned in function of the genital difference between sexes. On the one hand, heterosexuality, which is supposed to produce alterity, becomes the place of reference. On the other hand, homosexuality assumes the criteria of fixation and narcissism.