摘要:Muito se diz sobre a mulher desde as brechas deixadas por Freud. É extensa a literatura, assim como as faces e as versões assumidas pelo feminino. Introduzida na Psicanálise, desde a sua origem nos estudos sobre a histeria, a busca por uma resposta sobre o tornar-se mulher ganhou um lugar central na teoria e na prática psicanalítica. Seja pelos impasses antes colocados pelo próprio Freud acerca do tema, seja por outros instituídos pelo avançar das investigações pós-freudianas, algo parece insistir na clássica pergunta: ¿o que quer uma mulher?¿ e um entrever parece acompanhar as produções teóricas elaboradas até aqui. Contudo, desde ¿o continente negro¿, de Freud, à lógica do não todo, de Lacan, uma impossibilidade de saber (dizer) sobre o feminino acompanha todo o entrançar conceitual da Psicanálise. Quais os sentidos do feminino na Psicanálise? Que relações são traçadas entre esse conceito e o ser mulher? Pretende-se, nesse trabalho, percorrer algumas concepções que contornam e compõem o enigma da feminilidade. Um recorte que apresenta o feminino, ora como qualificador do ser mulher, ora radicalizado em um novo conceito, no qual a noção de alteridade e de limite o constituem. Assim, um deslocamento de sentido se operou na palavra em questão ao longo do seu curso na psicanálise. Hoje, sua carga semântica é outra. Nesses caminhos, a figura da mulher multiplica-se. Transita da lógica fálica à Outra, podendo ser uma e muitas, como uma daquelas bonecas russas, a babushka.
其他摘要:Much is said about the woman from the gaps left by Freud. There is a vast literature, as well as the profiles and versions assumed by women. Introduced in psychoanalysis since the beginning of hysteria studies, the search for an answer about how to become a woman won a central role in psychoanalytic theory and practice. Since the impasses posted by Freud about the subject, or others introduced by the development of pos-Freudians investigations, something seems to insist on the classic question: ¿What does a woman want?¿ and a glimpse seems to follow the theoretical works developed so far. However, since the ¿dark continent¿, of Freud, to the not-all logic of Lacan, an inability to know (say) about the female follows all the conceptual enlace of psychoanalysis. What are the feminine meanings of psychoanalysis? What are the relationships between this concept and how to be a woman? The aim of this work is to go over some concepts that outline and compose the female enigma. A clip introduces the feminine, sometimes as a qualifier of being a woman, sometimes as a root of a new concept, in which the notion of otherness and limits constitute it. Thus, a sense of displacement has occurred in the word in question throughout its course in psychoanalysis. Nowadays, its semantic load is another one. In these ways, the figure of a woman multiplies. It moves from the phallic logic to the Other, it can be one or many, like one of those Russian dolls, the babushka.