Analisou-se a ingestão de folato nos períodos pré e pós-fortificação. Os dados dietéticos foram coletados por recordatório de 24 horas (R24h) no Inquérito de Saúde de São Paulo (ISA-Capital) em 2003 e 2007/2008, estratificando-se a população segundo fase da vida e sexo. Utilizaram-se os valores de recomendação: necessidade média estimada (EAR) e nível máximo de ingestão tolerada (UL) e o método "EAR como ponto de corte" para estimar a inadequação da ingestão. Houve redução na prevalência de inadequação da ingestão de folato em todos os estratos, com destaque para os adolescentes e adultos do sexo masculino, de 72% para < 1% e de 76% para 6%, mas nas mulheres adultas a inadequação permaneceu elevada (38%). Antes da fortificação, o feijão foi o alimento que mais contribuiu para a ingestão de folato; após, o maior contribuinte passou a ser o pão, porém o feijão permaneceu importante. A fortificação foi bem-sucedida (aumentou a ingestão dentro de níveis seguros), porém, gera preocupação a elevada proporção no grupo alvo, mulheres adultas, que não atingem a recomendação para ingestão de folato.
This study analyzed folic acid intake before and since mandatory fortification. Dietary data were collected by 24-hour recall in a health survey in São Paulo (ISA-Capital) in 2003 and 2007-2008, stratifying the population according to life stage and gender. Estimated average requirement (EAR) and tolerable upper intake level (UL) were used to assess intake. Prevalence of inadequate folic acid intake decreased in all groups, especially adolescents and adult males (72% to < 1% and 76% to 6%, respectively) but remained high in adult women (38%). Beans were the main source of folic acid before fortification. With fortification, bread became the main source, but beans remained important. Fortification was successful (increased intake within safe levels), but it raised concerns about the high proportion in the target group (adult women) who still fail to meet the recommended intake.