摘要:Os sofredores de sintomas indefinidos - pacientes que apresentam sintomas sem uma lesão orgânica ou uma causalidade reconhecida - correspondem a uma parcela importante da demanda ambulatorial e podem ser considerados uma "anomalia" para o modelo biomédico, já que o mesmo negligencia a dimensão subjetiva do adoecimento. O atendimento qualificado desta demanda representa, ainda hoje, um desafio para a atenção médica. Neste artigo, apresentamos as principais estratégias utilizadas por médicos de diferentes especialidades, pertencentes ao hospital-escola de uma Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, para lidar com esta demanda. A partir de uma análise qualitativa de dez entrevistas com esses médicos, constatamos que a maioria deles apresenta estratégias limitadas e não resolutivas ao abordar esses pacientes. Uma das principais conclusões deste estudo é que tais dificuldades podem estar atreladas à formação médica, visto que as questões ligadas à relação médico-paciente, sobretudo no que diz respeito aos aspectos subjetivos e à singularidade do sofrimento humano, não são valorizadas no ensino e tampouco na prática médica em geral.
其他摘要:Sufferers of undefined symptoms - patients who have symptoms without an organic lesion or a recognized link - represent a significant portion of the outpatient clinic and can be considered an "anomaly" to the biomedical model, since it neglects the subjective dimension of illness. The qualified service for this demand is even today a challenge for medical attention. This paper presents the main strategies used by physicians of different specialties, belonging to the hospital in a medical school in Rio de Janeiro, to cope with this demand. From a qualitative analysis of ten interviews with these doctors, we found that most of them have limited and not resolving strategies to approach these patients. One of the main conclusions of this study is that such difficulties can be tied to medical education, as the issues of doctor-patient relationship, particularly with regard to subjective aspects and the uniqueness of human suffering, are not valued in education nor in medical practice in general.