No âmbito lexicográfico, diversas são as questões impostas pela consideração dos fenômenos da polissemia e da homonímia. Neste trabalho, abordamos dois problemas centrais: (i) a solução adotada para a estruturação dos verbetes (solução polissêmica ou solução homonímica) e (ii) os critérios empregados para a organização das acepções dentro dos verbetes. Para isso, apresentamos análises de itens lexicais presentes nos quatro principais learner's dictionaries - CALD (2008), COBUILD (2006), LDCE (2009) e OALD (2005)¹. Nelas constatamos que não há homogeneidade nas soluções empregadas, tanto entre as obras quanto dentro da mesma obra para o tratamento do mesmo fenômeno, e que o critério empregado pelos dicionários para a organização das acepções, a frequência, é problemático, tanto por questões anteriores a sua aplicação quanto por problemas exclusivos a esse critério. Dessa forma, buscamos na concepção de polissemia da Semântica Cognitiva um modelo de descrição que auxiliasse na disposição das acepções nos verbetes de learner's dictionaries. Ao final, apresentamos nossa sugestão de verbete para o item lexical band. Concluímos com uma avaliação das questões que nosso modelo consegue tratar de forma mais efetiva e trazemos ainda problemas para os quais continuamos sem solução.
In lexicographic research, many issues are raised when considering the polysemy and homonymy phenomena. In this paper, two of them are analyzed: (i) the use of a polysemous or homonymic solution for structuring entries; and (ii) the criteria adopted for the provision of meaning within entries. To do so, analyses of lexical items found in four main dictionaries - known as learner's dictionary (CALD, 2008; COBUILD, 2006; LDCE, 2009; and OALD, 2005) are presented. We show that solutions applied by dictionaries vary - both among and within a single dictionary - when dealing with the same phenomenon. Additionally, the criterion employed for the provision of meaning - frequency - presents problems, due to issues prior to its application and related to it. Thus, we tried to apply the cognitive semantics' conception of polysemy to design the first steps of a model that could drive the provision of meaning within entries in learner's dictionaries. A suggested entry for the lexical item band is presented. Lastly, some issues our model could efficiently deal with are evaluated and those which remain without solution are discussed.