Este artigo investiga o relacionamento entre as idades em que ocorrem as transições de saída da escola, entrada no mercado de trabalho e formação da família. A metodologia adotada foi a análise de sobrevivência. Realizou-se análise descritiva, por meio de modelo não paramétrico (Kaplan Meier), para estimar funções de sobrevivência para cada uma dessas transições por sexo. Foi também feita abordagem semiparamétrica (Modelo de Riscos Proporcionais de Cox), incluindo-se variáveis como educação da mãe e do pai, situação de residência até os 15 anos, etc. A base de dados utilizada neste artigo foi a Pesquisa sobre Padrões de Vida - PPV. Os resultados captaram a experiência de transição das pessoas com 20 a 49 anos na época da pesquisa (1996-1997) e, portanto, não necessariamente traduzem a experiência dos jovens que estão realizando as transições nessa década. A importância dos achados do estudo está justamente nessa característica, pois, se para a experiência dessas coortes fica evidente uma seqüência de transições e a idade ao primeiro filho reduz em apenas 0,9% o risco de deixar a escola, é porque a transição para o primeiro filho não representava o principal motivo de evasão escolar. Assim, os desafios identificados, as idades e os fatores intervenientes nas transições são informações de grande relevância para políticas públicas de educação, qualificação, geração de emprego, habitacionais e de saúde.
This article investigates the relationship between the ages when young people leave school, enter the labor market and set up their own families. The Survival Analysis methodology was used. A descriptive analysis was carried out through a non-parametric model (Kaplan Meier) to estimate survival functions for each of these transitions, by gender. A semi-parametric model (Cox's Proportional Risks Model) was also used, which included variables such as mother's and father's educational levels and situation of residence until age 15. The database used in this study was the Life Patterns Research. The results captured the experience of transition of persons ages 20 to 49 at the time of the study (1996-1997). They therefore do not necessarily represent the experience of young people who are in transition in this first decade of the 21st century. The findings of the study are important basically due to this characteristic. If, for the experience of these cohorts, there is clearly a sequence of transitions, and the age at first child lowers the risk of leaving school by only 0.9%, this is because the transition to first child is not the main reason for dropping out of school. Therefore, the challenges, the ages and the intervening factors seen constitute very important information for public policies in education, training, generation of jobs, habitation and health.