Este artigo procura realizar um exercício de comparação metodológica de dois estimadores dos modelos idade-período-coorte: o estimador convencional obtido pelos modelos lineares generalizados restritos (MLGR); e o estimador intrínseco (EI). O objeto de interesse são as contribuições dos efeitos de idade, período e coorte nas mudanças temporais na probabilidade de progressão (PPS) para a 5ª série do ensino fundamental das mulheres brasileiras. A modelagem IPC se justifica uma vez que os efeitos de idade, período e coorte podem impactar de forma significativa a probabilidade de progressão escolar: efeitos de idade refletem tanto a idade mínima de entrada no sistema de ensino como também o dilema entre trabalho e estudo que surge ao longo da carreira educacional; efeitos de período estão associados às diferentes conjunturas econômica e política, bem como ao estado das políticas educacionais; por fim, efeitos de coorte refletem características sociais peculiares a determinados grupos de indivíduos. Os dois instrumentais foram contrapostos em termos da eficiência, significância e estimativa dos parâmetros. Os resultados revelam a potencialidade da solução para o modelo IPC baseada no estimador intrínseco, o qual apresenta parâmetros com variância inferior aos estimados pelo modelo linear generalizado restrito. Desta forma, projeções das PPS baseadas na extrapolação do erro-padrão dos parâmetros obtidos pelo estimador intrínseco podem ser promissoras.
The aim of this article is to conduct a comparative methodological essay of two estimators of age-period-cohort models: the conventional estimator obtained by the generalized linear restricted models (MLGR) and the so-called intrinsic estimator (EI). The objects are contributions of age, period and cohort effects to temporal changes in the progression probability to the 5th grade of elementary school for Brazilian women. The APC modeling is justified because age, period and cohort effects may significantly affect the probability of grade progression: age effects reflect both the minimal age of school entry and the trade-off between study and work; period effects are associated with different economical and political conjunctures, as well as with current educational policies; finally, cohort effects reflect social attributes unique to a group. Both are juxtaposed in terms of the efficiency, significance and parameter estimates. The results reveal the potentiality of the solution to the age-period-cohort model based on intrinsic estimator, which presents parameters with smaller variance than those estimated from generalized linear restricted models. Therefore, projections of grade progression probabilities based on the extrapolation of standard errors of the intrinsic estimator can be promising.