O presente experimento teve por objetivo investigar se estímulos apetitivos não-contingentes (incontroláveis) produzem interferência na aprendizagem de fuga (desamparo aprendido). Ratos foram divididos em três grupos (n = 8), denominados contingente (C), não contingente (NC) e ingênuo (I). Na primeira fase (tratamento), os animais do grupo C receberam reforçamento positivo (água) sob contingência de CRF, FR5 e FR20. A cada reforço liberado a um sujeito do grupo C, era liberada uma gota de água (não-contingente) a um sujeito do grupo NC. Os animais do grupo ingênuo (I) permaneceram no biotério. Na fase seguinte (teste), os animais foram submetidos a choques que poderiam ser desligados em função da resposta de saltar na shuttlebox. Todos os sujeitos aprenderam igualmente a resposta de fuga, independentemente do tratamento prévio recebido. Esses resultados sugerem que estímulos apetitivos incontroláveis não produzem o desamparo aprendido. Discute-se a generalização do efeito entre contextos aversivo e apetitivo.
This experiment investigated whether non-contingent (uncontrollable) appetitive stimuli can produce interference on subsequent escape learning (learned helplessness). Rats were divided into three groups (n = 8): contingent (C), non-contingent (NC) or naive (I). In the first phase (treatment), the C animals were exposed to positive reinforcement under CRF, FR5 and FR20 schedules. Each reinforcement to the C animal produced a non-contingent water drop (uncontrollable stimulus) to the yoked NC animal. Animals from the I group received no treatment. In the next phase (test), all rats received electrical shocks which could be removed contingently to a jump response in a shuttlebox. All animals equally learned the escape response, regardless of the previous treatment. These results suggested that learned helplessness was not produced by uncontrollable appetitive stimuli. The generalization of the learned helplessness effect among aversive and appetitive contexts is discussed.