A Análise do Comportamento adota duas posições distintas sobre a observação enquanto procedimento metodológico. Na análise experimental, tende-se a aceitar apenas a descrição de relações funcionais entre variáveis observáveis. Na análise interpretativa, contudo, relações funcionais entre variáveis observáveis e não-observáveis são inferidas. A posição da filosofia behaviorista radical sobre a questão torna-se mais clara quando examinada a partir da influência do operacionismo sobre a Psicologia, em especial nas décadas de 30 e 40. O presente artigo propõe-se a realizar tal exame, apoiando-se na literatura dedicada ao assunto e nos escritos de Skinner. Concluiu-se que a análise de eventos privados, proposta por Skinner: (1) é de natureza interpretativa; (2) refere-se, pelo menos em parte, a eventos inobserváveis publicamente; (3) lança mão, em alguma medida, da introspecção enquanto método; (4) lança mão, em alguma medida, de inferências sobre o mundo privado do outro.
Behavior Analysis adopts two distinct viewpoints about observation as a methodological procedure. In the experimental analysis, it tends to accept only the description of the functional relations among observable variables. In interpretive analysis, however, it infers functional relations among observable and unobservable variables. The radical behaviorist stance about this topic becomes clearer when examined from the influence of operationism over Psychology, especially in the 30's and 40's. This paper aims to accomplish such an examination, based on the specialized literature about the topic and on Skinner's texts. It concludes that the analysis of private events proposed by Skinner: (1) has an interpretive nature; (2) refers, partly at least, to publicly unobservable events; (3) in some measure, employs introspection as a method; (4) to a certain extent, makes inferences about the private world of the other.