O uso de drogas atualmente é considerado um grave e complexo problema de saúde pública. Falar sobre drogadição é discutir o processo saúde/doença, considerando-se os modelos que contribuem para a compreensão do fenômeno no momento atual e das estratégias de intervenção estabelecidas. Discutir a dependência química hoje exige uma reflexão sobre como a droga foi encarada ao longo da história, tendo em vista as questões de saúde/doença e os paradigmas hegemônicos em cada momento. Este estudo visa: a) mostrar as bases teórico-conceituais de três eixos (saúde, doença e dependência química) e suas interseções; b) propiciar uma reflexão crítica sobre a questão da promoção da saúde frente à dependência de drogas, de acordo com o modelo biopsicossocial presente na atualidade. Esse modelo considera o ser humano integral, dotado de subjetividade, de saberes e fazeres próprios, ativo no processo saúde/doença, ressaltando a necessidade de rompimento com o modelo cartesiano ainda predominante na saúde.
The drug addiction today is considered a complex and a serious Public Health problem. The discussion about drug addiction concerns the health/illness process, considering the models that contribute to the comprehension of this phenomenon at the current moment and to the established intervention strategies. Discussing the drug addiction today demands a reflection on how drug was faced throughout history, based on the health/illness issues and the hemogenic paradigms in each historical moment. This study intends to: a) show the theoretical-conceptual basis of three axes (health, illness and chemical dependence) and their intersections; b) activate a critical reflection about the health promotion issue in the context of chemical dependence, according to the biopsychossocial model currently present. This model considers the human being as a whole, gifted of subjectivity, knowledge and own tasks, active on the health/illness process, emphasizing the necessity of breaking the Cartesian model still dominant at health studies.