A prevenção técnica dos riscos industriais pode envolver cinco níveis de atuação: os níveis do indivíduo/trabalhador, do posto de trabalho, do setor de trabalho, da fábrica como um todo, e do meio ambiente em geral. Historicamente, tais níveis tenderam a serem analisados por disciplinas, métodos e instituições frequentemente dissociados uns dos outros. Transpassando todos os níveis, a discussão sobre a base tecnológica de um dado setor industrial pode fornecer luzes importantes para entendermos a dinâmica dos riscos presentes e evitáveis numa determinada fábrica ou setor industrial, em articulação com as estratégias de investimentos produtivos e mudanças tecnológicas. Neste contexto, a busca da Tecnologia Ecologicamente Mais Adequada - TEMA - pode ser um importante conceito preventivo, servindo para nortear os critérios dos investimentos produtivos em curso nos diferentes setores industriais do país. A partir de um exemplo em andamento no Rio de Janeiro, envolvendo uma mudança negociada de tecnologia numa empresa de cloro-soda, este trabalho pretende apresentar alguns dos elementos que compõem a intrincada rede de interesses e possibilidades que estão por detrás da implementação da TEMA, envolvendo as dimensões social, econômica e tecnológica do problema