A inclusão de pessoas com necessidades especiais no sistema regular de ensino é um dos mais importantes desafios vivenciados, principalmente, por educadores. Os estudos sobre as características da interação entre alunos com e sem necessidades especiais possibilitarão realizar ações planejadas para a promoção de relacionamentos afetivos entre pessoas com e sem necessidades especiais e a compreensão de suas repercussões sociais. Foram participantes 103 colegas de turma de alunos com Síndrome de Down estudantes de uma escola regular de uma cidade do sul do País. Em um questionário com perguntas estruturadas os participantes indicaram o nome de até três colegas de turma classificados por eles nas categorias: amigo; não amigo; fará uma faculdade e não fará uma faculdade. Foi constatado que quanto maior o desenvolvimento acadêmico e o grau de participação nas atividades escolares, maior será a possibilidade do aluno com a síndrome ser considerado amigo por seus colegas. Ainda que ele participe das mesmas atividades e apresente um nível de desenvolvimento acadêmico semelhante ao apresentado pelos alunos da série que freqüenta, seus colegas apresentam uma expectativa negativa quanto à possibilidade dele fazer uma faculdade. Em nenhuma das categorias investigadas (amigo, não amigo; fará uma faculdade e não fará uma faculdade) os alunos com a síndrome são os que recebem as maiores quantidades de indicações. Isso significa que nas turmas investigadas há alunos que são mais reconhecidos por seus colegas de turma, tanto forma positiva quanto negativa, que os alunos com a síndrome.
The inclusion of people with special needs into regular schools is one of the most important challenges that teachers, predominantly, have to face and deal with. Studies about characteristics of interaction among students with and without special needs will make it possible to implement planned actions in order to promote affective relationships among people with and without special needs, enhancing the understanding of the social repercussions. The participants of this study were 103 classmates of Down syndrome students of a regular school in a city in the south of the country. The participants answered a questionnaire with structured questions and indicated the name of, at the most, 3 classmates in the following categories: friend; non-friend; will go to college and won't go to college. It was observed that the higher the academic development and degree of participation in the school activities, the greater the possibility of the students with Down syndrome being considered a friend by his classmates. Even though they participated in the same activities and might present an academic development level similar to that of their classmates, their peers revealed negative expectations about the Down syndrome colleagues' going to college. In none of the investigated categories (friend; non-friend; will go to college and won't go to college) did the students with the Syndrome receive the highest number of indications. This means that there are students in the researched classrooms who are recognized more by their classmates, whether positively or negatively, than the ones who have Down syndrome.