Na atualidade, diversas concepções sobre surdez estão presentes na sociedade. Tais concepções, em geral, caracterizam-se pela disputa teórica entre possibilidades comunicativas - oral ou gestual - fundamentadas na importância da apropriação de um código linguístico para o desenvolvimento da linguagem, constitutiva da subjetividade do ser humano. Nesse direcionamento, este estudo objetivou identificar as concepções dos próprios sujeitos surdos a respeito de sua condição. Para coletar os dados da pesquisa utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturado, que foi aplicado a dez participantes surdos, adultos e usuários da Língua Brasileira de Sinais - Libras. As entrevistas foram filmadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo. Os resultados indicam que as concepções de surdez dos surdos constituem uma visão multifacetada sobre essa condição, influenciada pelas relações sociais estabelecidas ao longo de suas trajetórias de vida. Percebeu-se também que o aprendizado da Libras possibilitou aos surdos a própria autoafirmação enquanto ser diferente, com necessidades distintas.
At this time, diverse views on deafness are present in society. Such views, in general, are characterized by theoretical disputes between communicative possibilities - either oral or gestural - based on the importance of having appropriated oneself of a language code for the development of language, which is essential in the constitution of subjectivity of human beings. Thus, this study aimed to identify the conceptions of deaf people had about their condition. To collect the data we used semi-structured interviews, applied to ten participants who were deaf adult users of the Brazilian Sign Language - Libras. The interviews were taped, transcribed and subjected to content analysis. The results indicate that the conceptions of deafness constitute a multifaceted view on this condition, influenced by social relations throughout each persons life trajectories. The researchers perceived that learning Libras enabled deaf persons to constitute their own assertiveness as someone who is different, with different needs.