o objetivo do presente estudo foi apresentar o desenvolvimento geral e o desenvolvimento em áreas específicas (cognição, linguagem, desenvolvimento motor, autocuidados e socialização) de uma criança cega que recebeu estimulação constante e especializada de outra criança cega que recebeu apenas estimulação assistemática e de crianças cegas com crianças videntes. Participaram deste estudo duas crianças cegas e duas crianças videntes do sexo masculino com até seis anos de idade, matriculadas em salas regulares de duas escolas públicas. O instrumento utilizado para coleta de dados foi o Inventário Portage Operacionalizado. Os dados foram analisados com base no cálculo da reta de regressão do desenvolvimento global e nas cinco áreas específicas. A partir dessas análises, verificou-se que recebendo estimulação constante e especializada a criança cega apresenta desempenhos semelhantes aos de uma criança vidente no ambiente escolar. Com base nas avaliações realizadas dos desempenhos das crianças cegas, ressalta-se que ao contrário da criança cega que recebeu estimulação constante e especializada e obteve desenvolvimento esperado para sua faixa-etária, a criança que recebeu apenas estimulação assistemática, apresentou acentuados atrasos de desenvolvimento em todas as áreas observadas. É possível supor que havendo apenas comprometimento visual, as crianças cegas devidamente estimuladas desde os primeiros anos de vida podem apresentar níveis de desenvolvimento esperados para a faixa etária. De modo geral, os resultados desse estudo, embora não permitam generalizações em função da pequena amostra, evidenciam importantes aspectos do desenvolvimento de crianças cegas e crianças videntes, contribuindo para enriquecer a literatura a respeito dessa temática.
The aim of this study was to present the overall development and development in specific areas (cognition, language, motor development, socialization and self-care) of a blind child who received constant and specialized stimulation with another blind child who received unsystematic stimulation and to compare blind children with sighted children. The study included two blind boys and two sighted boys up to six years old, enrolled in regular classrooms in two public schools. The instrument used for data collection was the Operationalized Portage Inventory. Data were analyzed based on the calculation of the regression line of the global development and of five specific areas. From these tests, the results indicated that the blind child who received constant and specialized stimulation during his early years presented performance similar to a sighted child in the school environment. Based on the assessments made in the performance of blind children, it was verified that unlike of blind child, who received constant and specialized stimulation and presented expected development for his age group, the other child, who received only unsystematic stimulation, presented marked developmental delays in all areas observed. One can assume that when there is only visual impairment, blind children who are properly stimulated from the earliest years of life may present developmental levels expected for their age. Even though the small sample doesn't allow for generalizations, in general the results of this study demonstrate important aspects of the development of blind children and of sighted children, contributing to enriching the literature on this topic.