Na pesquisa O significado da depressão na contemporaneidade: um estudo crítico-cultural no Brasil, Chile e Estados Unidos (Moreira, 2007), uma das categorias emergentes da análise fenomenológica das entrevistas foi o estigma. Este artigo retoma esse resultado, buscando aprofundar a compreensão da experiência vivida do estigma em pessoas diagnosticadas com depressão nos 3 países. Com este fim, foram reanalisadas fenomenologicamente 51 entrevistas (n=15, em Fortaleza; n=20, em Santiago; e n=16, em Boston). Os resultados apontam peculiaridades em cada país, mostrando o conteúdo qualitativamente diferente da experiência vivida do estigma na depressão nos três países. Só no Brasil aparecem conteúdos relacionados à preocupação com a evitação do estigma; apenas no Chile, o estigma foi encontrado associado à culpa, vergonha e falta de privacidade; e unicamente nos Estados Unidos o estigma aparece relacionado ao racismo, o que possivelmente estaria relacionado a diferenças culturais.
From the research The meaning of depression in contemporary world: a critic-cultural study in Brazil, Chile and the United States (Moreira, 2007), one of the emerged categories in the phenomenological analyses of the interviews was the stigma. This article retakes this study, aiming to comprehend the lived experience of stigma in people diagnosed with depression in the three countries. It had been phenomenologically re-analyzed 51 interviews (n=15, in Fortaleza; n=20, in Santiago; n=16, in Boston). The results point peculiarities in each country, showing the qualitatively different content of the lived experience of stigma in depression in the three countries: only in Brazil it is mentioned the concern with how to avoid stigma; only in Chile, stigma is associated to guilt, shame and lack of privacy; and only in the United States, stigma is related to racism, which could be associated to cultural differences.