O propósito deste estudo foi estimar a contribuição dos fatores genéticos e ambientais na variabilidade do desempenho interindividual na coordenação motora. A amostra foi constituída por 64 pares de gêmeos portugueses, com idades entre cinco e 14 anos. Avaliou-se o desempenho da coordenação através das quatro provas da bateria KTK: equilíbrio à retaguarda (ER); saltos monopedais (SM); transposição lateral (TL); saltos laterais (SL). Calculou-se o coeficiente de correlação intraclasse (t), sendo estimada a contribuição dos fatores genéticos (a²), ambientais comuns (c²) e únicos (e²). Os resultados mostram valores de t mais elevados entre gêmeos monozigóticos, sugerindo presença de fatores genéticos. Entretanto, estimativas de a² foram baixas, variando entre 15% (TL) e 41% (SM), enquanto para c² situaram-se entre 46% (SL) e 58% (TL), e para e² entre 11% (SM) e 28% (TL). Conclui-se que fatores ambientais são responsáveis pela maior parcela de influência na variabilidade do desempenho na coordenação motora.
The purpose of this study was to estimate the contribution of environmental and genetic factors on the variability of interindividual performance in motor coordination. Sample comprised 64 twin pairs, aged 5 to 14 years old, from Portugal. Motor coordination was evaluated by KTK battery: backward balance (ER); hopping on one leg (SM); shifting platforms (TL); jumping sideways (SL). Intraclass correlation coefficient (t) was calculated. Contributions of genetic (a²), shared (c²) and unique environmental (e²) factors were estimated. Our results showed t values higher in monozygotic twins, suggesting the presence of genetic factors. Nevertheless, a² estimates were low, ranging from 15% (TL) to 41% (SM), while to common environment (c²) ranged from 46% (SL) to 58% (TL), and unique effects ranged from 11% (SM) to 28% (TL). These results suggest that environmental factors are responsible for the greatest part of influence on variability of interindividual performance in motor coordination tests.