O crescimento da produção acadêmica em Administração no Brasil desde 1980 tem incentivado a publicação recente de muitos balanços críticos, como os realizados pelas áreas de Organizações, Marketing, Administração da Informação e Administração Pública. O presente artigo faz um balanço da produção em Recursos Humanos na década de 1990, publicada nos principais periódicos científicos brasileiros (RAUSP, RAP, RAE e RAC) e no Enanpad. O artigo levanta e analisa temática, base epistemológica, orientação metodológica e demografia de autoria de todos os 127 artigos publicados nos periódicos e os 290 veiculados no Enanpad no período. Os resultados indicam que, embora a produção da área tenha aumentado significativamente em volume, o perfil acadêmico de RH no Brasil é preocupante: seu escopo temático é contestado pelo recente crescimento e autonomia do campo de comportamento organizacional; sua base epistemológica é eminentemente funcionalista; a base metodológica é frágil, predominando estudos de caso tipicamente ilustrativos de teoria consolidada (ou seja, sem maior pretensão de indução ou criação de teoria); e a diversidade de origem é baixa: mais de 65% da produção vem de apenas 7 programas de pós-graduação.
The growth in academic research in Business Administration in Brazil since 1980 has been recently investigated and questioned in several meta-studies, as can be found in the areas of Organization Theory, Marketing, Information Technology and Public Administration. Following this trend, this paper evaluates the academic production in Human Resources area in de the 90s. Representative academic research was considered to be the articles published in the most important brazilian journals - RAUSP, RAP, RAE and RAC - and presented at the Enanpad. For the 127 articles published in the periodicals and the 290 presented at the Enanpads, the paper investigates 4 variables: themes of interest, epistemological basis, methodological orientation and authorship. The results indicate that, even though production has significantly increased, the area has some serious issues to worry about: the thematic scope has been more and more disputed with Organizational Behavior area; the functionalist paradigm clearly dominates the scenario; methodological basis show problems as well, with an extensive utilization of single, illustrative case studies that merely replicates consolidated theory and that have, clearly, no intention of theory generation; low diversity in origin: more than 65% of the articles come from only 7 institutions.