O objetivo deste artigo é questionar se o conhecimento em gestão e organização (CGO) pode falar um idioma diferente do Inglês e discutir como a hegemonia deste idioma no campo científico tem contribuído para a reprodução da mesma lógica colonial que por séculos impediu os nativos de produzirem sentido acerca do que pensavam, falavam e escreviam. Mostramos que o principal instrumento de poder que garante esta hegemonia é o controle dos critérios de publicação e circulação do CGO, que tende a marginalizar tudo o que é produzido fora da base linguística controlada pelo Norte. O principal efeito desta lógica é a submissão dos pesquisadores nativos ao controle do Norte, colocando-os na condição subalterna, condenados em sua própria terra a operar segundo uma lógica externa, que define o que é e o que não é conhecimento científico de qualidade na área de gestão e organização.
This paper's objective is to question whether management and organization knowledge (MOK) is able to speak a language other than English and discuss how the hegemony of this language in the scientific field has contributed to the reproduction of the same colonial logic that for centuries prevented native peoples from making sense of what they thought, spoke and wrote. We show that the main instrument of power that guarantees this hegemony is control over the criteria used for the publication and circulation of MOK, which tends to marginalize everything that is produced outside the linguistic basis controlled by the North. The main effect of this logic is that native researchers submit to control by the North; they find themselves in a subaltern position, condemned in their own country to operate under an external logic that defines what is and what is not quality scientific knowledge in the management and organizational field.