A despeito de melhora expressiva no fluxo escolar durante a maior parte da década de 1990, especialmente entre 1992 e 1998, a repetência tem-se mantido constante e em valor elevado desde 1998. Dados provenientes dos dois últimos censos das escolas indicam leve tendência de aumento da repetência. Usamos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - Saeb/2001 -, para investigar a relação entre origem social e risco de repetência de alunos que cursavam a 8ª série do ensino fundamental em escolas públicas de capitais brasileiras. O resultado da estimação de modelos de risco para repetência mostrou que diversas variáveis de origem social continuam associadas ao aumento do risco da repetência, no sentido usualmente descrito pela literatura educacional. Mostrou também que embora capital econômico acima da média atue como fator de proteção para a repetência, esse resultado não prevalece para todos os grupos raciais, pois alto capital econômico mostrou-se fator de risco para os alunos que se autodeclararam pretos. Conseqüências dos resultados para políticas públicas são discutidas.
Retention rate in Brazil is constant and still high since 1998, despite major improvement in its educational flux during the decade of 1990. Moreover, administrative data from the last two years indicates some tendency of greater retention. Using data from the 2001 Brazilian Assessment of Educational Progress, 8th grade, we investigated the relationship between social background and risk of retention in primary and middle school of Brazilian states capitals. The result of the estimation of logistic risk models for retention pointed out that several socio-demographic variables are associated to an increased risk of retention, something that is well in line with the findings already described in the literature. We also identified that if above average economic status protects against retention, this is not a homogeneous result for all race subgroups: for black students, this variable is associated to an increased risk of retention. Consequences for educational policy are discussed.