Decorrente de uma pesquisa de mestrado e inscrito na intersecção entre os estudos culturais, feministas e de gênero, particularmente na vertente pós-estruturalista, este artigo problematiza que o discurso biológico atravessa e constitui as justificativas enunciadas por professores/as para separar meninos e meninas na educação física escolar. Como estratégias metodológicas, utilizei questionários para identificar e, posteriormente, entrevistar dez professores/as da rede municipal de ensino de Porto Alegre que separassem os/as estudantes nas suas aulas. Utilizando-me da análise de discurso, suspeito dos essencialismos e das naturalizações como mecanismos estabelecidos por este discurso, numa tentativa de fixar o corpo como construto biológico - origem e explicação da divisão nesta disciplina escolar - , para marcá-lo como construção cultural.
Resulting from a master´s degree research and enrolled at the intersection of cultural, feminist and gender studies, particularly in the poststructuralist strand, this article brings the problematic of a biological discourse that goes through and constitutes the justifications given by teachers to separate boys and girls in school physical education. As methodological strategy, questionnaires were used to identify and subsequently interview ten teachers from Porto Alegre´s municipal schools that would separate boys and girls in their classes. Using the discourse analysis, I suspect of essentialisms and naturalizations as mechanisms established by this speeches, attempting to set the body as a biological construct - the origin and explanation of the separation in such school discipline - in order to mark it as a cultural construct.