Pouco se sabe a respeito da opinião que as mulheres brasileiras têm acerca do aborto provocado. Em um estudo realizado na região de Campinas, se quis conhecer, entre outras coisas, o que pensavam as mulheres sobre as circunstâncias em que os hospitais deveriam fazer abortos. Foram entrevistadas 1838 mulheres em idade fértil e que tinham engravidado pelo menos uma vez. Para saber se existiam algumas características das mulheres associadas à sua opinião, foi feita uma análise univariada, seguida por uma multivariada por regressão logística. As mulheres solteiras e as que haviam tido pelo menos um aborto provocado foram as que tiveram opinião mais favorável à realização de abortos pelos hospitais em todas as circunstâncias perguntadas. As circunstâncias de estupro, risco de vida para a mulher e malformação fetal foram as que tiveram maior acordo. A proporção de mulheres que se manifestaram favoráveis foi menor no caso de aborto por razões que trazem conseqüências à mulher mas não podem ser observadas direta e objetivamente por outras pessoas.
Little is known about the opinion of Brazilian women on induced abortion. One objective of a study carried out in the region of Campinas, São Paulo State, was to learn whether women agreed as to specific circumstances under which hospitals should provide abortions. A total of 1838 women of childbearing age and who had been pregnant at least once were interviewed. Single women and those who had had at least one induced abortion were the ones who most agreed with hospitals performing abortions under the circumstances presented. The circumstances most accepted were rape, the woman's life being at risk, and fetal malformation. A smaller percentage of women were in favor of abortion when the reasons affected the woman but could not be observed in a direct and objective way by others.