A aderência ao tratamento é um dos principais problemas relacionados à terapia anti-retroviral, já que a tomada incompleta dos medicamentos pode levar à resistência viral. Efeitos colaterais podem interferir com a qualidade de vida dos pacientes. Buscou-se estimar níveis de aderência à terapia e investigar seus determinantes, através de um estudo transversal. Definiram-se dois pontos de corte como boa aderência: a tomada de pelo menos 80% ou de 95% da medicação conforme a prescrição. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas em uma amostra seqüencial de 150 pacientes atendidos no Hospital-Dia de Brasília. Observou-se que a média de aderência foi 85,8%. As variáveis que se mostraram significativamente associadas à baixa aderência foram: idade, escolaridade, situação de emprego, rendas pessoal e familiar, uso de substâncias ilícitas, estrutura familiar e/ou comunitária, presença de infecção oportunista no momento do diagnóstico e ocorrência de efeitos colaterais relacionados à terapia. As razões de prevalência variaram de 1,6 a 4,5. Concluiu-se que variáveis sócio-econômicas e de hábitos tiveram maior força de associação com o nível de aderência do que as relacionadas com a doença ou com o tratamento.
Non-compliance with highly active antiretroviral therapy can reduce treatment efficacy and lead to viral resistance. Side effects can interfere with patients' quality of life. Our objectives were to estimate levels of treatment compliance and investigate the main predictors of non-compliance. The study design was cross-sectional. For purposes of comparison, two different percentage cut-offs for compliance were defined for "proper compliance", namely the adequate ingestion of at least 80% or 95% of the prescribed medicines, respectively. Semi-structured interviews were performed in a sequential sample of 150 patients during out-patient visits to the Day Hospital in Central Brasilia. Mean compliance was 85.8%. Variables associated with non-compliance were age, schooling, employment status, monthly personal and family income, illegal substance use, family and community structure, presence of opportunistic infections when HIV was diagnosed, and treatment side effects. Prevalence ratios varied from 1.6 to 4.5. We conclude that social and economic variables, as well as those related to individual habits, were the main predictors of compliance. Few variables related to clinical status or treatment were associated with compliance.