Com o objetivo de verificar se o relacionamento afetivo com violência está associado a um maior risco de DST/AIDS, foi realizada uma pesquisa com jovens entre 14 e 22 anos, moradores de comunidades carentes de dois bairros da cidade do Rio de Janeiro. Utilizou-se método qualitativo por meio de grupos focais de gênero e entrevistas individuais. Na análise do material coletado observou-se que a violência faz parte do cotidiano desses jovens nas comunidades em que vivem e dentro de suas próprias famílias. Os fatores identificados como geradores de violência no relacionamento interpessoal foram: falta de dinheiro e de emprego, uso de drogas e álcool, ciúme e infidelidade. Os adolescentes afirmaram que não há negociação quanto ao uso de preservativo quando o parceiro é violento, o que pode ter como conseqüência um maior risco de DST/AIDS. Os resultados indicam que o problema da violência é multifatorial e quando está presente nos relacionamentos interpessoais pode dificultar a proteção em relação às DST/AIDS.
To verify whether affective relationships involving violence are associated with increased risk of sexually transmitted diseases (STDs), including AIDS, we conducted a survey among youth 14 to 22 years of age residing in two low-income communities in Rio de Janeiro, Brazil. We used a qualitative methodology with focal groups and individual interviews. Violence is part of the routine among these youth in both their community and families. The following factors were associated with violence in interpersonal relations: lack of money, unemployment, drug and alcohol use, jealousy, and infidelity. The young people reported that condom use is not negotiated with violent partners, resulting in increased risk of STD/AIDS. The results indicate that violence is multi-factorial, and when present in interpersonal relationships it intervenes negatively in relation to protection against STD/AIDS.