Uma baixa aptidão cardiorrespiratória é considerada fator de risco independente para o óbito por todas as causas, mas principalmente por doença coronariana. Devido a essa importância e à dificuldade de avaliá-la por meio de testes de exercícios, formas alternativas de avaliação foram sugeridas, envolvendo equações de predição sem a necessidade de realização de exercícios. O presente estudo objetivou analisar criticamente esses modelos e, principalmente, sua aplicabilidade em estudos epidemiológicos. Foi realizada uma revisão de artigos publicados entre 1966 e 2002. Os critérios para julgar a qualidade dos estudos foram: (a) inclusão de variáveis explicativas com base teórica; (b) critérios de validação (padrão-ouro); (c) equações apresentadas por completo, incluindo erro padrão da estimativa; (d) equações submetidas a processo de validação cruzada. Apenas cinco dos 23 estudos selecionados atenderam a todos os critérios de qualidade. Conclui-se que, em princípio, os modelos sem exercícios podem constituir alternativa viável para avaliação da aptidão cardiorrespiratória em estudos epidemiológicos. No entanto, ainda são poucas as equações disponíveis cuja validação permite grau aceitável de generalização.
Cardiorespiratory fitness is used as an independent factor for evaluating risk of all-cause mortality, but mainly from coronary heart disease. Nevertheless, evaluation of fitness based on stress tests poses numerous epidemiological difficulties. Alternative forms of evaluation have therefore been suggested using non-exercise-based regression models. This study aimed to analyze these models and their applicability to epidemiological studies. A systematic review was conducted of articles published from 1966 to 2002. The models were classified according to: (a) theoretical justification for the explanatory variables included in the model; (b) validation criteria (gold standard); (c) regression models fully reported, including standard error of estimation; and (d) cross-validation. The search process yielded 23 studies, five of which met all established quality criteria. The authors conclude that cardiorespiratory evaluation by non-exercise-based models could be feasible in epidemiological studies. However, few equations appear to meet the minimum external validation requirements to provide data that could be generalized to large populations.