Este artigo enfoca, numa abordagem qualitativa, o problema das barreiras ao atendimento odontológico de gestantes inscritas no Programa Saúde da Família no Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, Brasil. Para tal, trabalhou-se com três grupos focais compostos por quatro a nove gestantes. Os dados foram analisados usando a técnica de análise de conteúdo. As principais barreiras concernentes ao indivíduo observadas foram: crenças populares que desaconselham a busca do atendimento odontológico na gravidez, baixa percepção de necessidade e medo de sentir dor. Além disso, as gestantes relataram a dificuldade de sair de casa de madrugada para marcar a consulta, salientando a questão social da violência urbana, um aspecto das barreiras ao serviço odontológico que não foi mencionado anteriormente na literatura. O artigo conclui apontando a importância da educação em saúde para as usuárias gestantes, da humanização do atendimento e da educação continuada dirigida aos profissionais em exercício.
This study focused on barriers to dental care for pregnant women registered with the Health Family Program in Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, Brazil. A qualitative approach using three focal groups was adopted. Each focal group included four to nine pregnant women. The information was analyzed by means of content analysis. The main individual barriers were folk beliefs that discouraged dental care during pregnancy, lack of perceived need, and fear of pain. In addition, the women reported difficulties in leaving home in the early hours of the morning to meet a dental appointment, highlighting an aspect of barriers to dental care which has not been identified in other studies. The article concludes by emphasizing the importance of health education for pregnant women, humanization of dental care, and continuing education for health professionals.