Neste inquérito populacional conduzido em Salvador, capital do Estado da Bahia, Brasil, analisa-se o perfil ocupacional e de saúde de trabalhadores da construção civil. Todos os 1.947 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 10 e 65 anos, identificados em uma amostra de conglomerados de superfície de estágio único, foram entrevistados individualmente. Dados de narrativas sobre acidentes de trabalho foram também analisados. Trabalhadores da construção eram mais velhos, mais comumente negros, de menor escolaridade e nível sócio-econômico, e maior proporção de contratos de trabalho informais do que os demais. A maioria (55,8%), referiu desejar um contrato formal de trabalho especialmente para dispor de aposentadoria remunerada. O hábito de fumar (razão de prevalência, RP = 1,37; 95% intervalo de confiança, IC95%:1,08-1,72) e os acidentes de trabalho não-fatais (risco relativo, RR = 1,72; IC95%: 1,49-7,42) foram mais freqüentes entre os trabalhadores na construção civil. Com base nas narrativas, identificou-se existir falta de informação e de acesso a equipamentos de proteção. Medidas de proteção e regulamentação do contrato de trabalho necessitam ser rapidamente implantadas para esses trabalhadores.
This community-based survey in the city of Salvador, capital of Bahia State, Brazil, describes the occupational and health profile of construction workers. All 1,947 male individuals between 10 and 65 years of age identified in a random cluster area single-stage sample were individually interviewed. Narrative data about work injuries were also analyzed. Construction workers were older, more frequently black, poorer, and had less schooling and a higher proportion of informal job contracts than those in other trades. The majority (55.8%) reported wanting a formal job in order to be eligible for paid retirement. Smoking (prevalence ratio = 1.37; 95% CI: 1.08-1.72) and nonfatal work injuries (relative risk = 1.72; 95% CI: 1.49-7.42) were more common among construction workers. Narrative data show lack of information and lack of access to personal protective equipment. Prevention programs and the formalization of job contracts are strongly recommended for construction workers.