Discutir os aspectos bioéticos da obstinação terapêutica, tendo em vista algumas de suas interseções no âmbito da saúde pública, é o escopo do presente artigo. Partindo-se de uma delimitação da finitude no bojo do debate filosófico e bioético sobre o fim da vida, intentou-se confrontar as críticas contemporâneas à distanásia com o pensamento do filósofo Platão (427-347 a.C.), pensador que desenvolveu uma arguta reflexão sobre os mais diferentes aspectos da medicina do seu tempo. Desta feita, buscou-se a exploração de novos referenciais teóricos, capazes de nortear as discussões relativas a este crucial problema, cujas implicações são decisivas no âmbito da saúde e da vida.
This article discusses bioethical aspects of medical futility, focusing on some of its intersections in public health. Starting from a demarcation of finitude in the core of the philosophical and bioethical debate on the end of life, we confront the contemporary criticism regarding medical futility with the ideas of Plato (427-347 B.C.), a philosopher who proposed significant considerations on numerous features of the medicine of his time. We thus explore novel theoretic references to guide the disputes related to this essential problem, the implications of which are decisive to health and life.