Este trabalho tem o objetivo de investigar os riscos de saúde em adolescentes de dois municípios do Vale do Rio São Francisco - Ibiaí e Morada Nova - e do Aglomerado Urbano Morro das Pedras, em Belo Horizonte. Articula-se ao trabalho de ensino e extensão voltado para a promoção de saúde do adolescente realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais nessas localidades e utiliza como referencial teórico-metodológico primeiro a Teoria da Ação Comunicativa de Habermas. É um estudo qualitativo e quantitativo que utiliza a associação de vários procedimentos: aplicação de questionários nas escolas de ensino médio e fundamental, observação participante, grupos focais e entrevistas. Sexualidade, trabalho e violência aparecem como os principais temas, associam-se a vários riscos, e sua importância se acentua com os altos percentuais encontrados, em adolescentes de ambas as faixas etárias abordadas, 10-14 e 15-19 anos. Entre os primeiros, o trabalho associa-se a quase todos os riscos. A relação entre o contexto e as práticas dos adolescentes, assim como as contradições detectadas entre elas, foram analisadas e interpretadas valendo-se da tese da colonização do mundo da vida, proposta por Habermas.
This study focuses on health risks among teenagers from two towns in the São Francisco River Valley (Ibiaí and Morada Nova) and slums in Morro das Pedras, Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil. The study discusses teaching and extracurricular activities by the Federal University in Minas Gerais in these localities, aimed at promoting health in adolescence. The authors use the Habermas communicative action theory as the main theoretical and methodological approach. The research adopted a qualitative and quantitative methodology, including dynamic observation, focus groups, interviews, and questionnaires answered by high school students. Sexuality, work, and violence were the main themes and were associated with numerous health risks. Work in the 10-to-14-year-old group was associated with nearly all types of health risks. The authors analyze the relations between context and adolescent behavior using the Habermasian concept of lifeworld colonization.