Este artigo discute a teoria e prática da educação e saúde. Parte da idéia da hegemonia, na prática pedagógica em saúde, de estratégias ligadas à noção de que a apreensão de saber instituído sempre leva à aquisição de novos comportamentos e práticas. Diferentes axiomas têm norteado as práticas de educação e saúde em momentos distintos e/ou justapostos. O primeiro axioma volta-se para a idéia da superação da relação de determinação dos conhecimentos sobre as práticas; o segundo refere-se à relação de determinação das representações sobre as práticas; o terceiro vincula-se à análise das representações dentro do tradicional quadro de erros e acertos; o quarto trata da relação de reciprocidade entre as representações e as práticas; e o quinto se traduz na importância de se considerarem as práticas como passíveis de reelaboração pelas representações, apontando assim o lugar da experiência no entendimento dos processos de adoecimento dos sujeitos, bem como a forma como culturalmente constroem a doença. O artigo destaca a necessidade de se buscar uma articulação entre as representações sociais e a experiência da doença nas práticas educativas em saúde.
This article discusses the theory and practice of health and education, beginning with the notion of the hegemony (in health education practice) of strategies linked to the notion that to grasp established knowledge always leads to the acquisition of new behaviors and practices. Five different axioms have oriented education and health practices, either juxtaposed or at different moments: (1) the notion of overcoming the determination of knowledge over practices; (2) the determination of representations over practices; (3) the analysis of representations within the traditional framework of right and wrong; (4) reciprocity between representations and practices; and (5) the importance of considering practices amenable to re-elaboration through representations, thus situating experience in understanding subjects' illness processes, as well as the way subjects culturally construct illness. The article highlights the need for a link between social representations and illness-as-experience in health education practices.