Investigou-se a prevalência e fatores associados ao consumo de medicamentos prescritos e não prescritos entre idosos (60 anos ou mais). Participaram deste trabalho 1.606 (92,2%) dos 1.742 idosos residentes na cidade de Bambuí, Minas Gerais, Brasil. Entre os participantes, 1.281 (79,7%) e 274 (17,1%) haviam consumido medicamentos prescritos e não prescritos nos últimos noventa dias, respectivamente. O consumo de medicamentos prescritos esteve associado ao sexo feminino, idade (70-79 e > 80 anos), renda familiar (maior), estado de saúde (pior) e número de consultas médicas (maior). O uso de medicamentos não prescritos apresentou associação negativa com consulta médica e associação positiva com sexo (feminino) e consulta a um farmacêutico. Os fatores associados ao consumo de medicamentos prescritos e não prescritos verificados neste trabalho foram semelhantes aos observados em estudos conduzidos em outros países. Diferentemente deles, nosso estudo mostrou um menor consumo de medicamentos prescritos entre idosos com pior situação sócio-econômica. Nossos resultados sugerem, ainda, que a automedicação entre idosos esteja sendo utilizada em substituição à atenção formal à saúde.
This study aimed to assess the prevalence and factors associated with use of prescribed and non-prescribed medications among older adults living in Bambui, Minas Gerais, Brazil. A total of 1,606 (92.2%) out of 1,742 inhabitants aged 60+ years were interviewed. Among the participants, 1,281 (79.7%) and 274 (17.1%) had used prescribed and non-prescribed drugs in the previous 90 days, respectively. Use of prescribed medications was independently associated with gender (female), age (70-79 and > 80), higher family income, worse health conditions, and physician visits. Non-prescribed medications were negatively associated with physician visits and positively associated with female gender and consultation with a pharmacist. In general, factors associated with the use of prescribed and non-prescribed drugs in this study were similar to those observed in studies conducted in other countries. Meanwhile, our results differ from those of other studies by showing less frequent use of prescribed medications among the poorer elderly. Moreover, our results suggest that self-medication has been used in place of formal health care in the study community.