Embora existam poucos estudos sobre a incorporação do tema ambiente na saúde coletiva, há indicações que apontam para a institucionalização deste tema nas linhas de pesquisas dos grupos de pesquisas e programas de pós-graduação, bem como na formação de pesquisadores qualificados, se consolidando na produção científica. Este estudo tem como objetivo compreender como este tema vem sendo incorporado na saúde coletiva, fornecendo assim subsídios para a conformação de uma ciência orientada para o desenvolvimento sustentável do ambiente e da saúde coletiva. Para atingir este objetivo foi realizado um levantamento e análise da produção científica sobre o tema ambiente em quatro das principais revistas científicas nacionais, no período 1992-2002, tendo como referência a primeira área de programa do capítulo da Agenda 21 dedicado à ciência para o desenvolvimento sustentável. Os resultados apontam para uma produção científica concentrada nas instituições da Região Sudeste; centrada em noções biológicas da saúde e biofísicas do ambiente; predominando os estudos de diagnóstico, com poucos incorporando a busca de soluções e pequeno número de estudos em que se prevê a participação dos diferentes atores envolvidos com os problemas ambientais.
Although there are few scientific studies on the environment in the Brazilian public health literature, there are indications of recent growth in this theme in research and graduate programs in Brazil, thus tending to consolidate the scientific output in this area. The objective of this study was to contribute to the understanding and characterization of this theme in public health, offering backing for establishing research focused on sustainability of the environment and health. We identified and analyzed the research output on the environment in the most important Brazilian scientific journals in public health (1992-2002), using as the reference Chapter 35 of Agenda 21 (science for sustainability). The results showed: research output highly concentrated in the more affluent Southeast region of the country; predominance of the biological concept of health and the biophysical concept of environment; prevalence of diagnoses versus the search for solutions; and few studies involving stakeholders' participation.