A albumina humana é freqüentemente usada sem que haja correspondência entre suas propriedades farmacológicas e as doenças. Este é um estudo das prescrições de albumina humana em um hospital da rede pública no Rio de Janeiro, Brasil, com ênfase no grau de adesão das mesmas a protocolos de tratamento. As informações foram extraídas dos registros do Serviço de Farmácia e dos prontuários médicos de 99 pacientes adultos, que receberam, entre março e agosto de 2001, 1.475 unidades de albumina humana, solicitadas em 498 prescrições. A análise de confiabilidade das informações sobre indicação terapêutica resultou num kappa de 0,79 (IC95%: 0,72-0,85). As indicações terapêuticas foram avaliadas como apropriadas, inapropriadas ou controversas, com base em quatro protocolos de países diferentes. Do total de prescrições, 33,1% foram consideradas apropriadas, 61,8% inapropriadas, 4,6% controversas e 0,4% indeteminadas. Identificaram-se dois casos suspeitos de reações adversas. A proporção de prescrições inapropriadas é preocupante, dado o elevado custo do produto e o seu potencial para causar reações adversas. A implantação das diretrizes nacionais expressas no protocolo da ANVISA é estratégica para a promoção do uso racional da albumina humana em hospitais.
Human albumin is frequently used without regard for the relationship between its pharmacological properties and the respective disease. We investigated the prescription of human albumin in a Brazilian public hospital with emphasis on adherence to international guidelines. Data were gathered from pharmacy and medical records. From March to August 2001, 99 patients (> 15 years) received 1,475 units of human albumin, ordered in 498 prescriptions. The reason for prescribing human albumin was independently collected from medical records by two health professionals, and agreement was assessed by kappa statistics (95%CI: 0.72-0.85). According to different guidelines, prescriptions were classified as appropriate (33.1%), inappropriate (61.8%), controversial (4.6%), or undetermined (0.4%). Two probable cases of adverse reactions were identified. The proportion of inappropriate prescriptions is worrisome due to the product's high cost and its potential to cause adverse reactions. An appropriate strategy would be to encourage the application of guidelines issued by the national regulatory agency to promote rational use of human albumin and maximize patient safety.