Este estudo tomou como objeto as necessidades de saúde de moradores da área de abrangência de uma unidade básica de saúde (UBS) no Município de São Paulo, Brasil. O objetivo geral foi investigar as necessidades de saúde reconhecidas como objeto do trabalho em saúde. Para isso identificou e analisou o que os moradores reconhecem como necessidades de saúde, bem como o que os trabalhadores da UBS tomam por objeto do trabalho. Trabalhadores da UBS e moradores da área de abrangência dessa UBS foram os sujeitos da pesquisa. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada para a coleta dos dados e a análise temática para a apreensão da realidade. As categorias empíricas apreendidas foram: necessidade da presença do Estado, necessidades de reprodução social, necessidade de participação política, reconhecidas pelos moradores do território como necessidades de saúde. A análise indicou que os processos de trabalho da UBS têm prescindido do reconhecimento das necessidades dos moradores. A superação dessas reduções será viável quando os processos de trabalho forem instaurados a partir do reconhecimento das necessidades de saúde, respeitando a concepção da determinação do processo saúde-doença e a conquista política do direito à saúde.
This study focused on the health needs of a population covered by a primary healthcare center (PHC) in the city of São Paulo, Brazil. The overall objective was to investigate the perceived health needs as the object of health work. The study thus identified and analyzed what residents recognize as health needs, as well as what the PHC workers grasp as the object. The PHC workers and local residents were the research subjects. A semi-structured interview was used for data collection and thematic analysis for grasping the reality. The empirical categories identified were: need for state presence, social reproduction needs, and need for political participation recognized by local residents as health needs. The analysis indicated that the PHC work has operated without recognizing the residents' needs. Overcoming such gaps may be possible if and to the extent that work processes are implemented according to the recognition of health needs, respecting the concept of determination in the health-disease process and the right to health as a political gain.