A prevalência de uso de anticoncepcional no Brasil é alta; porém, é freqüente seu uso incorreto e inadequado, sugerindo escasso conhecimento sobre os métodos. Assim, avaliou-se o conhecimento sobre métodos anticoncepcionais mais utilizados por meio de um escore (0-10) e fatores associados a este conhecimento. Foi realizado um estudo transversal de base populacional, com 3.542 indivíduos de 15 anos ou mais, residentes na zona urbana de Pelotas, Rio Grande do Sul. A média de escore de conhecimento foi de 4,65 (dp = 2,07), sendo 5,02 (dp = 2,10) para as mulheres e 4,18 (dp = 1,92) para os homens. Menor idade, maior escolaridade, relato de gravidez indesejada e uso de método anticoncepcional exclusivo ou combinado ao longo da vida mostraram-se associados a um maior escore de conhecimento entre os homens, enquanto, para as mulheres, os determinantes de maior conhecimento foram maior idade, viver com companheiro, maior escolaridade, melhor nível econômico, não ter religião e uso de método anticoncepcional exclusivo ou combinado ao longo da vida. Apesar da alta prevalência de uso de anticoncepcional (75,3%), é limitado o conhecimento sobre os métodos mais utilizados, ciclo menstrual e período fértil.
In Brazil, prevalence of contraceptive use is high, but incorrect and inappropriate use is frequent, suggesting limited knowledge about methods. This study thus evaluated the knowledge about the most widely used contraceptive methods, measured through a score (0-10) and related factors. A population-based cross-sectional study was performed, with 3,542 subjects ages 15 or older, residing in the urban area of Pelotas, Rio Grande do Sul State. The mean overall knowledge score was 4.65 (sd = 2.07): 5.02 (sd = 2.10) for women and 4.18 (sd = 1.92) for men. Lower age, higher schooling, a report of unwanted pregnancy, and any lifetime use of contraceptive methods (exclusive or combined) were associated with higher knowledge scores among men, while for women, the determinants of higher knowledge were higher age, living with a partner, higher schooling, higher socioeconomic status, not reporting a religion, and any lifetime use of contraceptive methods (exclusive or combined). Despite high prevalence of any lifetime contraceptive use (75.3%), knowledge is still limited about the most widely used methods, as well as about the menstrual cycle and fertile period.