Os cirurgiões-dentistas e auxiliares de consultório dentário trabalham em condições que favorecem a ocorrência de exposições ocupacionais a material biológico. Os objetivos do presente estudo são: determinar a prevalência de exposições ocupacionais ao longo da vida profissional e no ano anterior a este estudo, identificar as circunstâncias das exposições e verificar se existe relação entre sua ocorrência e o uso de equipamentos de proteção individual. Participaram do estudo 289 dentistas e 104 auxiliares do município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Os dados foram coletados por meio de questionário auto-aplicável. A prevalência de exposições ocupacionais na vida profissional foi maior entre os dentistas (94,5%) do que entre os auxiliares (80,8%), ao passo que, no ano anterior, foi similar entre dentistas (39,1%) e auxiliares (39,4%). Todavia, considerando as exposições ocorridas no ano anterior, as lesões percutâneas foram mais freqüentes nos auxiliares (95,2%) do que nos dentistas (60,7%). O uso constante de óculos de proteção foi estatisticamente associado com menor ocorrência de respingos nos olhos de dentistas (p = 0,004). São recomendadas medidas educativas visando a reduzir a freqüência de exposições ocupacionais na população estudada.
Dentists and dental assistants work in conditions that favor the occurrence of occupational exposures to potentially infectious materials. The aims of this study are: to determine the prevalence of occupational exposures throughout professional life and in the previous year, to identify the circumstances of exposures, and to verify if there exists a relationship between their occurrence and the use of personal protective equipment. 289 dentists and 104 dental assistants from the city of Florianópolis, Brazil, participated in this study. Data were collected through self-report questionnaires. The prevalence of occupational exposures throughout professional life was higher among dentists (94.5%) than dental assistants (80.8%), while in the previous year it was similar between dentists (39.1%) and assistants (39.4%). However, considering the exposures in the previous year, percutaneous injuries were more frequent among assistants (95.2%) than dentists (60.7%). Consistent use of protective eyewear was statistically associated with less splashes in the eyes in dentists (p = 0,004). Education is recommended to reduce the frequency of occupational exposures in the study population.