Este estudo teve por objetivo investigar o consumo de medicamentos e fatores associados (sócio-demográficos, condições de saúde e uso de serviços de saúde) em uma amostra representativa de 1.598 pessoas com 60+ anos de idade, residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. A variável dependente foi o número de medicamentos consumido nas duas semanas precedentes. A prevalência do uso de medicamentos foi de 72,1% e a média de medicamentos consumidos igual a 2,18, predominando aqueles com ação sobre o sistema cardiovascular. O consumo de qualquer número de medicamentos apresentou associação independente com sexo feminino, idade (80+ anos), ter visitado um médico e apresentar alguma condição crônica. O consumo de maior número de medicamentos (5+) apresentou associações significativas com escolaridade (8+ anos, OR = 2,28) e pior auto-avaliação da saúde (razoável, OR = 5,45; ruim/muito ruim, OR = 5,35). Os resultados deste trabalho mostram que o tipo de medicamento consumido e os fatores associados a esse consumo foram muito semelhantes ao observado em outras populações, sugerindo que existe uma certa uniformidade no consumo e nos seus determinantes, entre populações diferentes.
The aim of this study was to investigate the use of medication and associated factors (sociodemographics, health conditions, and health services use) in a representative sample of 1,598 elderly individuals (60+ years) in Greater Metropolitan Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil. The dependent variable was the number of drugs used in the preceding two weeks. Prevalence of medication was 72.1%, and mean consumption was 2.18 drugs, most of which acting on the cardiovascular system. Use of medication (any amount) was independently associated with gender (female), age (80+ years), having consulted a physician, and presence of any chronic health condition. Use of five or more drugs was significantly associated with schooling (8+ years, OR=2.28), worse self-rated health (fair, OR = 5.45; bad/very bad, OR = 5.35). The results show that the types of medications used and factors associated with consumption were similar to those observed in other populations, suggesting some uniformity among various populations in the use of medication and its determinants.