Estudo transversal de base populacional na Cidade de Pelotas, Sul do Brasil, entre 1999 e 2000, para descrever a distribuição de adiposidade abdominal na população de acordo com os níveis de intervenção e identificar fatores de risco. O estudo incluiu uma amostra de 1.935 adultos (20-69 anos) residentes na zona urbana do município. Obesidade abdominal foi classificada como nível I para circunferência da cintura (CCnI) de 80-88cm em mulheres e de 94-102cm em homens; e nível II (CCnII) > 88cm para mulheres e > 102cm para homens. Apresentavam obesidade abdominal 62% das mulheres e 37% dos homens. Os valores de CCnI foram 23% e 19% e de CCnII 39% e 19%, para mulheres e homens, respectivamente. Após ajuste para fatores de confusão, o aumento da idade e estar casado ou vivendo em união, em homens e mulheres, mantiveram-se fortemente associadas com CCnII. Escolaridade manteve-se como fator de risco apenas para homens e renda familiar apenas para mulheres, nas quais, o efeito da renda manteve-se inversamente associado com a obesidade abdominal. A utilização da medida da CC deveria ser incorporada às ações de promoção à saúde, principalmente, no acompanhamento e monitoramento da população.
During 1999 and 2000, a population-based cross-sectional study was conducted in Pelotas, southern Brazil, to describe the population distribution of abdominal adiposity according to "action level points" and to identify risk factors. The study included a sample of 1,935 adults (20-69 years) residing in urban areas. Abdominal obesity was classified as action level I for waist circumference (WCLI) 80-88cm in women and 94-102cm in men; and as action level II (WCLII) for > 88cm in women and > 102cm in men. Abdominal obesity was present in 62% of women and 37% of men. Some 23% and 19% of men and women were classified as WCLI, respectively; 39% of women and 19% of men were classified as WCLII. After adjustment for confounding variables, age and being married or in a stable relationship were strongly associated with WCLII. Schooling was a risk factor in men only, and family income in women. In women, income was inversely associated with abdominal obesity. Use of a simple measurement such as waist circumference, which allows identification of levels of intervention, should be incorporated into health promotion measures, especially to help community health workers monitor the population needs.