A esquizofrenia afeta desfavoravelmente a qualidade de vida dos pacientes, mas seu impacto pode variar de acordo com o sexo. Diferenças relatadas têm orientado o planejamento de intervenções específicas. O objetivo deste estudo foi investigar a qualidade de vida por sexo em pacientes com esquizofrenia, explorando o domínio ocupacional. Foi conduzido um estudo transversal com pacientes em acompanhamento ambulatorial, mensurando a qualidade de vida por meio da Quality of Life Scale (QLS-BR). Comparações dos escores de qualidade de vida foram feitas, seguidas de análises multivariadas usando a árvore de classificação (CHAID) e a regressão logística ordinal. Os resultados apontam melhor qualidade de vida para mulheres (p < 0,05). No domínio ocupacional, o estado civil apresentou-se como a variável mais relevante: mulheres e homens solteiros apresentaram baixa qualidade de vida quando comparados com os casados, respectivamente OR = 4,5 (IC95%: 1,2-16,6) e OR=10,0 (IC95%: 2,9-33,3). Duração da doença (> 5 anos) outro marcador importante, porém no modelo logístico esta variável associou-se à baixa qualidade de vida somente para os homens (OR = 3,2; IC95%: 1,1-9,0). Mulheres apresentaram melhor qualidade de vida, sugerindo maior envolvimento ocupacional, possivelmente resultante de uma maior demanda social e em atividades do lar.
Schizophrenia has been associated with low quality of life in patients, and the impact can vary by gender. Knowing gender differences may help implement specific interventions. This study focuses on quality of life in male and female outpatients with schizophrenia, particularly examining the occupational domain. A cross-sectional study using the Quality of Life Scale (QLS-BR) was carried out. Comparisons of scores by gender used uni- and multivariate analyses by means of a classification tree through the CHAID algorithm and ordinal logistic regression. Women showed higher quality of life scores (p < 0.05). In the occupational domain, marital status was a relevant variable; single marital status (for men or women) was associated with lower quality of life as compared to married status, with OR = 10.0 (CI: 2.9-33.3) for men and OR = 4.5 (CI: 1.2-16.6) for women, respectively. Duration of illness (> 5 years) was another significant factor for lower scores. Women had better quality of life scores than men, suggesting that they have more occupational activities due to their greater participation in domestic and social activities.