A influência de características do local de moradia na auto-avaliação de saúde ainda é um tema pouco estudado, especialmente no Brasil. Neste trabalho realizou-se uma síntese das evidências disponíveis a respeito da associação entre fatores contextuais e auto-avaliação de saúde. Foi realizada uma revisão sistemática de artigos publicados entre janeiro de 1995 e agosto de 2005, nas bases ISI, PubMed e LILACS, utilizando-se os termos neighbourhood ou neighborhood, ecological, contextual, environment, community, em combinação com self-rated health, self-reported health, e também com multilevel ou hierarchical. Foram revisados 18 artigos, cuja maior parte analisou características sócio-econômicas; alguns investigaram variáveis psicossociais, poucos incluíram indicadores do ambiente físico. As unidades de referência espacial variaram desde setores censitários até estados. As diferenças entre as escalas de análise do nível contextual, o uso de diversos indicadores e suas diferentes categorizações dificultaram a comparação direta entre os resultados encontrados. As associações encontradas corroboram a hipótese de que o contexto de moradia influencia a auto-avaliação de saúde, para além do efeito dos fatores individuais. Piores condições sócio-econômicas do ambiente afetam negativamente a saúde, aumentando a chance de auto-avaliação de saúde ruim. Áreas mais carentes, com mais pobreza ou menos riqueza, com maior desigualdade de renda, aumentaram a prevalência de auto-avaliação de saúde pior. As características físicas e psicossociais da vizinhança também são fatores importantes na determinação da auto-avaliação de saúde.
The influence of residential characteristics on self-rated health has received little research attention, especially in Brazil. This study summarizes the available evidence on the association between contextual factors and self-rated health, using a systematic review of articles published from January 1995 to August 2005. We searched for the terms neighbourhood or neighborhood, ecological, contextual, environment, and community, combined with self-rated health, self-reported health, and multilevel or hierarchical in digital bases. Most of the 18 reviewed studies analyzed socioeconomic indicators, while some investigated psychosocial variables and a few included physical environmental indicators. Spatial units of reference varied from census tracts to States. Differences among scales of contextual analysis and several indicators, with different categories, were identified. The associations corroborate the hypothesis that neighborhood context influences self-rated health, beyond the effect of individual factors. Physical and psychosocial neighborhood characteristics are important contextual factors in the determination of self-rated health. Worse socioeconomic neighborhood conditions have a negative effect on health, thereby increasing the odds of worse self-rated health.