A reestruturação produtiva no setor financeiro brasileiro instalou-se por meio do trinômio demissões em massa, automação e terceirização, além de processos de reengenharia empresarial, com redução de níveis hierárquicos, flexibilização e polivalência de funções. O bancário, para se adaptar e resistir às exigências, aumentou seu nível de escolaridade, tornou-se polivalente e exímio vendedor, submetendo-se à precariedade das condições de trabalho, aumento da carga de serviços, longas jornadas e baixos salários. Este trabalho teve como objetivo avaliar o processo de reestruturação produtiva em um banco público do Estado de Minas Gerais, Brasil, e seus possíveis impactos na saúde de seus trabalhadores. Analisou-se também o absenteísmo no período entre 1998 e 2003, quando houve maior desenvolvimento de doenças, como lesão por esforço repetitivo/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) e os distúrbios mentais e comportamentais, sendo responsáveis, respectivamente, por 56% e 19% do número de dias de afastamentos. O processo continuou até os dias atuais, com uma política restritiva de contratações. Novos estudos se fazem necessários para a continuidade desta análise e para confirmar os resultados encontrados.
Restructuring of the Brazilian financial sector was consolidated through the combination of mass lay-offs, automation, and outsourcing, in addition to business reengineering with leveling of hierarchical echelons, labor casualization, and multi-function jobs. In order to comply and deal with the new demands, bank employees had to increase their schooling, become multi-functional and expert sales attendants, and submit to substandard conditions in the workplace, increased workload, overtime, and low wages. The purpose of the current study was to examine the restructuring process in a state-owned bank in Minas Gerais State, Brazil, and its impacts on workers' health. The study also analyzes absenteeism rates from 1998 to 2003, when there was an increase in diseases such as repetitive stress injury (RSI)/work-related musculoskeletal disorders (WRMD) and mental/behavioral disorders, accounting for 56% and 19% of sick leaves. The process has continued to the present, with a restrictive recruitment policy. Further study is needed to confirm the results.