Este artigo busca, com base na revisão da literatura, articular o conceito de resiliência com questões da realidade de vida de pessoas portadoras de HIV/AIDS. Em especial, será enfatizada a análise dos fatores de proteção tradicionalmente descritos como promotores de resiliência (características individuais e rede de apoio social e afetiva). Os estudos revisados revelam que existem importantes fatores de proteção, que contribuem para a saúde e bem-estar dos portadores de HIV/AIDS, entre eles o enfrentamento cognitivo e a aceitação da infecção; a participação da família no tratamento e como fonte de apoio afetivo; o papel das organizações governamentais e não-governamentais e a religiosidade. Acredita-se que a compreensão da resiliência como uma "capacidade do ser humano de superar adversidades" é essencial ao entendimento da infecção e tratamento de pacientes com HIV/AIDS. Isso contribui para acabar com o estigma e preconceito em relação à doença e aos seus portadores. Essa perspectiva desmistifica a questão de que bem-estar e qualidade de vida são estados contraditórios à vida das pessoas infectadas, além de contribuir para a elaboração de novas perspectivas de prevenção e tratamento da infecção por HIV/AIDS.
The aim of this theoretical review was to articulate the resilience concept with key aspects in the lives of people living with HIV/AIDS. We emphasize the analysis of protective factors traditionally related to resilience (personal characteristics and social and affective support networks). The reviewed studies show important protective factors that contribute to the health and well-being of people with HIV/AIDS, such as cognitive coping and acceptance of their HIV status, family participation in treatment and family support, the role of governmental and nongovernmental institutions, and religious beliefs. The concept of resilience defined as a dynamic process that allows human beings to overcome adversities is essential for understanding HIV infection and treatment of AIDS patients. It helps decrease stigmatization and prejudice towards the disease and patients. It also helps alter the notion that living with AIDS is incompatible with well-being and quality of life and fosters the creation of new HIV/AIDS prevention and treatment perspectives.