Trata-se de pesquisa antropológica com o objetivo de revelar a apreciação do paciente-cidadão sobre a conduta profissional num hospital geral público, em Fortaleza, Ceará, Brasil. De janeiro a julho de 2005, foi acompanhado o percurso de 13 informantes-chaves durante a hospitalização, e sua narrativa da experiência, analisada. Constata-se que o paciente avalia os gestos e expressões dos cuidadores durante todo o percurso. Valoriza mais, no profissional, a competência humana de ser afetivo, de conversar e incluí-lo em decisões clínicas, do que sua habilidade técnica. Critica a atitude distante, fria e bruta, metaforicamente comparada a um cavalo batizado. Sugere uma ação profissional afetiva, empática e ética e uma comunicação clínica respaldada na fala, na conversa e no costume da vida cotidiana nordestina. Argumenta-se que essa voz legítima e crítica do paciente-cidadão oferece valiosas pistas para transformar a conduta profissional, remoralizar o paciente e construir o hospital humano no contexto de desigualdades sociais.
The current anthropological study focuses on the assessment by patients/citizens concerning the conduct of health professionals in a public general hospital in Fortaleza, Ceará State, Brazil. From January to July 2005 we tracked 13 key informants during hospitalization and analyzed their narratives of the experience. According to our observations, patients develop definite opinions of the caregivers' gestures and expressions during the entire process. In the health professionals, patients appreciate the human ability to express affect, to talk, and to include them in clinical decisions, above and beyond the professionals' technical skills. Patients criticize aloof, cold, and rude attitudes by health professionals, whom patients compare metaphorically to "human quadrupeds". They recommend an affective, empathetic, and ethical approach and clinical communications backed by straight talk, friendly conversation, and respect for daily customs related to life in Northeast Brazil. We contend that this legitimate and critical voice of the patient/citizen provides valuable clues for transforming professional conduct, rehabilitating patients' morale, and building a humane hospital within a context of social inequalities.