Este trabalho apresenta métodos e resultados da implantação de sistema de vigilância de fatores de risco para doenças não transmissíveis entre adolescentes. Uma amostra (n = 1.699) probabilística de alunos de oitava série do ensino fundamental da rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro, Brasil, respondeu a questionário autopreenchido anônimo sobre consumo alimentar, atividade física, atividades sedentárias de lazer e consumo de cigarro. Estimativas de prevalência dos fatores de risco foram calculadas para o total da amostra e segundo sexo. Taxas de não resposta variaram de 0,2% a 13,4%. Foram observados: baixo consumo de frutas (45,8%) e hortaliças (20% e 16,5% para saladas e legumes cozidos), consumo freqüente de refrigerantes (36,7%), balas e doces (46,7%), grande quantidade de horas alocadas em frente à TV, computador ou videogame (71,7% alocam pelo menos 4h/dia nestas atividades), baixa freqüência de prática regular de atividade física (40%) e prevalência de 6,4% de fumantes. Meninas apresentaram menores índices de atividade física e maiores de consumo de cigarro. O sistema testado mostrou-se factível e indicou prevalências relevantes de fatores de risco para doenças não transmissíveis.
This paper presents the methodology and results of the implementation of a Surveillance System for Non-Communicable Disease Risk Factors in Adolescents. A random sample of 8th-grade students (n = 1,684) enrolled in municipal schools in Rio de Janeiro, Brazil, was studied. Students were asked to complete a confidential questionnaire on food consumption, physical activity, sedentary leisure-time activities, and tobacco consumption. Prevalence estimates of risk factors were calculated for the entire sample and by gender. Non-response rates ranged from 1.1 to 8.9%. The findings included low consumption of fruits (45.8%) and vegetables (20.0% and 16.5% for salads and cooked vegetables, respectively), regular consumption of soft drinks (36.7%) and candies (46.7%), extensive time on TV, computer, and videogames (71.7% spend at least 4h/day at these activities), low frequency of regular physical activity (40%), and 6.4% prevalence of smoking. Girls showed less physical activity and more smoking. The system appeared to be feasible and indicated high prevalence of risk factors for non-communicable diseases.