Apesar de existirem vários trabalhos sobre o acesso aos serviços de saúde, poucos são os que tratam do acesso aos serviços de saúde bucal. O objetivo desta pesquisa foi avaliar fatores associados ao acesso aos serviços de saúde bucal em Campina Grande, Paraíba, Brasil, comparando as áreas cobertas e não cobertas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Constituiu-se em um estudo transversal de base populacional, com uma amostra composta por pessoas acima de 18 anos (n = 827), oriundas de setores censitários urbanos que incluíam unidades de saúde do SUS, estratificados em áreas cobertas e não cobertas pela ESF. Na análise estatística, foram utilizados o qui-quadrado de Pearson e regressão logística. Aqueles que residiam em áreas não cobertas pela ESF obtiveram 1,5 vez mais chance de ter acesso (OR = 1,5; IC95%: 1,1-1,9; p = 0,004) aos serviços de saúde bucal quando comparados aos que residiam em áreas cobertas pela ESF. No entanto, essa probabilidade diminuiu, perdendo a sua significância (OR = 1,1; IC95%: 0,8-1,6; p = 0,337) após o resultado ser ajustado para sexo, idade, renda individual, escolaridade e autopercepção de saúde. Não foi evidenciada a associação entre residir em uma área coberta pela ESF ou não coberta com o acesso aos serviços de saúde bucal.
Although there are various studies on access to health studies, few have dealt specifically with access to oral health services. The aim of the current study was to evaluate factors associated with access to oral health services in Campina Grande, Paraíba State, Brazil, comparing the areas covered versus not covered by the Family Health Program (FHP). This was a cross-sectional, population-based study with a sample consisting of individuals over 18 years of age (n = 827) from urban census tracts that included health units of the Unified National Health System (SUS), stratified in areas covered versus not covered by the FHP. The statistical analysis used Pearson's chi-square and logistic regression. Individuals living in areas not covered by the FHP had 1.5 times greater odds of having access to oral health services (OR = 1.5; 95%CI: 1.1-1.9; p = 0.004) when compared to those living in areas covered by the FHP. However, this probability decreased, losing its significance (OR = 1.1; 95%CI: 0.8-1.6; p = 0.337), after adjusting for gender, age, individual income, schooling, and self-perceived health. Thus, no association was proven between coverage versus non-coverage by the FHP and access to oral health services.