O estudo estimou a adesão ao tratamento anti-hipertensivo farmacológico utilizando-se três métodos indiretos em uma coorte de hipertensos resistentes no Rio de Janeiro, Brasil, 2005. Os métodos foram: avaliação pelo paciente; avaliação do médico; teste de Morisky-Green (TMG) adaptado para a língua portuguesa. Foi realizada validação preditiva comparando-se a diferença tanto de pressões de consultório como de monitorização de 24 horas (MAPA), em duas ocasiões, de pacientes com e sem adesão. As médias de pressões entre os grupos foram comparadas usando-se testes não-paramétricos. Foram entrevistados 200 pacientes com idade média de 63 anos (DP = 10,3), 73,5% do sexo feminino. A prevalência de adesão foi de 51% pelo TMG, 52% pelo médico e 80,5% pelo paciente. Ocorreram reduções das pressões arteriais de consultório e na MAPA dos pacientes com adesão por todos os métodos, mas não para os não-aderentes. O emprego de mais de um método para avaliação da adesão mostrou que indivíduos não-aderentes pelos três métodos (11,9%) tiveram pior evolução dos níveis tensionais. Esse achado sugere que a hipertensão resistente não pode ser atribuída unicamente à baixa adesão.
This study estimated adherence to anti-hypertensive medication using three indirect methods and their combinations in a cohort of patients with resistant hypertension in Rio de Janeiro, Brazil, 2005. The methods used were: self-reported adherence; physicians' adherence evaluation; and the Morisky-Green test (MGT) translated into Portuguese. The predictive validation was performed comparing office blood pressure and ambulatory blood pressure monitoring, measured on two different occasions, from patients classified as adherent or not. The means were compared using non-parametric tests. Two hundred patients were interviewed. Mean age was 63 years (SD = 10.3), and 73.5% were female. Adherence prevalence was 51% using MGT, 52% according to the physician, and 80.5% according to the patient. Adherent patients showed a reduction in both office blood pressure and ambulatory blood pressure, while non-adherent patients did not. The use of more than one method to evaluate adherence showed that non-adherent individuals according to the three methods (11.9%) had the worst evolution in blood pressure levels. This finding suggests that resistant hypertension cannot be attributed exclusively to low adherence.