Por intermédio de delineamento transversal, buscou-se determinar a prevalência e identificar fatores associados à ocorrência de corrimento vaginal referido entre gestantes da cidade de Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Utilizando-se de questionário padrão, foram investigadas características sócio-econômicas, demográficas, reprodutivas, condições de moradia, assistência recebida e ocorrência de corrimento vaginal referido entre estas gestantes. Para as comparações entre proporções utilizou-se teste do qui-quadrado e para análise multivariada regressão de Poisson. Dentre as 339 gestantes estudadas, 51,6% referiram corrimento vaginal na gestação. As seguintes variáveis mostraram-se significativamente associadas à ocorrência de corrimento vaginal referido: idade (razão de prevalências: RP= 1,49), estado civil (RP = 1,31), ocorrência de infecção urinária (RP = 1,56), hiperglicemia na gestação atual (RP = 1,48), uso de dispositivo intra-uterino (RP = 2,35), ocorrência prévia de parto prematuro (RP = 1,37) e utilização de anticoncepcional oral como fator de proteção (RP = 0,79). Este estudo mostrou prevalência elevada de corrimento vaginal referido entre as gestantes estudadas e permitiu identificar aquelas com maior risco de adoecer por esta causa, o que pode contribuir para a adoção de medidas preventivas.
The purpose of this study was to determine the prevalence and risk factors associated with self-reported vaginal discharge among pregnant women in the city of Rio Grande, South Brazil. Using a cross-sectional design, a standard interview was applied to pregnant women at home by previously trained interviewers, covering the following: demographic, reproductive, and socioeconomic data, household conditions, health care, and illnesses during pregnancy, including vaginal discharge. The chi-square test was used to compare proportions, and Poisson regression was used in the multivariate analysis. Among the 339 pregnant women interviewed, 52% reported vaginal discharge. The following variables were significantly associated with the outcome: age (prevalence rate, PR = 1.49), marital status (PR = 1.31), urinary tract infection (PR = 1.56), hyperglycemia (PR = 1.48), use of an intrauterine device (PR = 2.35), and history of preterm delivery (PR = 1.37), with oral contraception showing a protective effect (PR = 0.79). Prevalence of self-reported discharge was high among this group of pregnant women. Several risk factors were also identified for the disease under study. These findings can contribute to the implementation of preventive interventions.