Este artigo descreve a adaptação transcultural para uso no Brasil do instrumento Hwalek-Sengstock Elder Abuse Screening Test (H-S/EAST) utilizado para identificar risco de violência doméstica em idosos. Avaliando-se as equivalências conceitual e de itens, concluiu-se pela pertinência delas no contexto brasileiro. A equivalência semântica contemplou a correspondência de significado referencial/denotativo de termos e a geral/conotativa dos itens em si. A equivalência de mensuração foi investigada por intermédio de propriedades psicométricas. Semelhante ao encontrado no instrumento original em inglês, a análise fatorial revelou três dimensões. Seis dos sete itens carregaram satisfatoriamente no fator 1 (escala de "situação de abuso potencial"). A consistência interna mostrou-se razoável e reprodutibilidade intra-observador discreta. O segundo fator representando a dimensão de "violação de direitos pessoais ou abuso direto" teve desempenho semelhante. Ainda assim, identificou-se troca de itens entre estas escalas e cargas cruzadas. Uma terceira escala que deveria abarcar as "características de vulnerabilidade" não teve o mesmo desempenho. Conclui-se que mesmo sem mostrar equivalência completa, o H-S/EAST já poderia ser recomendado para uso no contexto brasileiro, pelo menos em parte.
This article describes the cross-cultural adaptation, for use in Brazil, of the Hwalek-Sengstock Elder Abuse Screening Test (H-S/EAST), used to identify risk of domestic violence against the elderly. Evaluating the conceptual and item equivalences, the article concludes that they are pertinent in the Brazilian context. Semantic equivalence covered the terms' correspondence in referential/denotative meaning and the items' general/connotative correspondence per se. Measurement equivalence was investigated by means of psychometric properties. As with the original instrument in English, the factor analysis revealed three dimensions. Six of the seven items loaded satisfactorily in factor 1 ("situation of potential abuse" scale). Internal consistency proved reasonable, with discreet intra-observer reproducibility. The second factor representing the dimension of "violation of personal rights or direct abuse" showed similar performance. Even so, the study identified an exchange of items between these scales and crossed loads. A third scale that was supposed to encompass the "characteristics of vulnerability" did not show the same performance. The conclusion was that even without demonstrating complete equivalence, the H-S/EAST could already be recommended, at least in part, in the Brazilian context.