Os sistemas de informação em saúde devem ser fonte de informações confiáveis e válidas, para que possam ser utilizadas pelos sistemas de vigilância para reduzir morbidade e mortalidade na população. Intoxicação não intencional é de interesse para a saúde pública, uma vez que é a principal causa de atendimento de emergência pediátrica. As informações sobre estes eventos estão registradas nos Centros de Controle de Intoxicações (CCIs). Este estudo analisou os registros de intoxicações não intencionais com produtos saneantes domissanitários existentes nos dois CCIs do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, no período de 2000-2002. As variáveis analisadas foram sexo, idade, causa do acidente, via de exposição, agente tóxico e evolução do caso. Nos 2.810 registros estudados foi identificada a população vulnerável de meninos até quatro anos e a via de exposição (oral). Entretanto, a análise dos dados relativos ao agente tóxico, causa e evolução demonstrou que os dados registrados atualmente nos CCIs são inconsistentes. Há necessidade de revisar as definições adotadas pelos CCIs para que as informações geradas possam ser efetivas em subsidiar ações e políticas de vigilância sanitária.
Health information systems should be sources of reliable and valid data that can be used for surveillance to reduce morbidity and mortality. Unintentional poisoning is highly relevant to public health, since it is the most frequent cause of emergency pediatric care. Information on such events is recorded in Poison Control Centers (PCCs). The current study analyzed the records on unintentional poisoning with household cleaning products in two PCCs in the State of Rio de Janeiro, Brazil, in 2000-2002. The variables analyzed were gender, age, cause of the accident, exposure route, toxic agent, and outcome. In the 2,810 records studied, boys four years and younger were the most vulnerable group and oral ingestion was the most common exposure route. However, analysis of the data on the toxic agent, cause, and outcome showed that the data currently recorded in the PCCs are inconsistent. It is necessary to review the definitions used by the PCCs in order for the resulting data to effectively support public health measures and health surveillance policies.