Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a força de trabalho médica na rede pública de saúde da Província de Cabinda, República de Angola. O objetivo foi estudar as características dos recursos humanos médicos, visando contribuir para o desenho de estratégias para melhorar o acesso e a qualidade de assistência médica. O período do estudo foi de 2001 a 2004 e utilizou-se de dados secundários, entrevistas com profissionais e gestores, com roteiro semi-estruturado, observação direta e discussão com a literatura sobre o assunto. Constatou-se que a qualidade da assistência médica em Cabinda é baixa, com um índice médico/habitante de um médico para 3.356 habitantes. Em algumas localidades não existe nenhum médico sequer para uma comunidade de mais de 35 mil habitantes, além das deficientes condições de trabalho e a pouca motivação dos profissionais. O estudo concluiu que a formulação e a implementação de políticas que visam à melhoria da gestão dos profissionais do setor podem contribuir para o aumento da qualidade da assistência médica na província, mas é necessário o envolvimento dos atores relevantes e pesquisas sobre outros grupos profissionais.
This article presents the results of a study on the public health system's medical workforce in the Province of Cabinda, Angola. The objective was to study the characteristics of medical personnel, seeking to help define strategies to expand access and improve quality of care. The study covered the period from 2001 to 2004 and used secondary data, semi-structured interviews with health professionals, direct observation, and comparison with the literature. Quality of medical care in Cabinda was low, with one physician per 3,356 inhabitants. There were communities with more than 35,000 inhabitants and not a single physician. Working conditions were poor, and physicians suffered from low motivation. The study concluded that formulation and implementation of policies envisioning improvements in the management of medical professionals in the sector could help enhance the quality of care in the Province, but it would require involvement by relevant actors and additional research on the other health professions.